Assim, os estudantes começaram a
se reunir, mesmo sem possuirem, de início, uma representação formada para reinvidicar os
seus direitos e protestar contra o aumento. Inúmeras manifestações foram
realizadas de agosto até agora pela cidade: na frente do prédio da prefeitura, durante a Vesperata, no desfile de 07 de Setembro, e por último, no
Ato de Entrega da Medalha JK no dia 12 de Setembro, no qual os estudantes foram
altamente reprimidos com gás de pimenta e cassetetes pela Polícia Militar e pela Guarda
Municipal. O Conselho Universitário da UFVJM (CONSU),
através do Reitor Prof. Pedro Ângelo
Almeida Abreu, divulgou uma Nota de Repúdio às agressões sofridas pelos estudantes. Por outro lado, o jornal "A Voz de Diamantina" publicou na edição 523 uma nota preconceituosa e conservadora comparando os estudantes da UFVJM aos "vândalos do Reino Unido". "(...) como enfrentear essa meninada que, mesmo ralando numa universidade gratuita, cheia de dinheiro para farras constantes e monumentais, abandou a luta por preços razoáveis da passagem de ônibus e pôs-se na busca de outros pais que lhe deem vale-transporte? Essa inteligência de extramuros acadêmicos se junta agora em turbas e, para retaliar o aumento e a má qualidade do transporte urbano, se propõe a avacalhar a vesperata." Não deixa de soar interessante o principal argumento apresentado: "estudantes cheios de dinheiro para farras constantes e monumentais". Se os estudantes querem ser levados à sério, será preciso organizarem melhor, inclusive, suas festas, pois elas refletem a maneira como tratam a cidade quando querem festejar.Pelas posições adotadas até agora, parece que Prefeitura de Diamantina está esperando que o movimento “esfrie“ e que as manifestações cessem, pois não está colaborando muito para possíveis negociações com a empresa de ônibus para a redução da passagem do transporte público. Aparentemente as manifestações diminuíram, mas sentimos a possibilidade de uma organização melhor e mais eficiente dos estudantes, para que os seus objetivos sejam alcançados. Organizados, existente até um nome para o grupo “Estudantes em Movimentos“, com assembléias gerais para toda a comunidade acadêmica acontecendo, onde estão sendo discutidas, com base em fundamentos, as novas atitudes do movimento. O aumento da passagem do ônibus acabou afetando o Auxílio Transporte que a Universidade oferecia para os estudantes. Com isso, a UFVJM, que oferecia o Auxílio para 600 alunos, teve que diminuir a bolsa para pouco menos de 400, o que frustrou muitos estudantes que contavam com este auxílio para ajudar na permanência na Universidade. Ressalta-se o pouco alinhamento das políticas públicas da Prefeitura de Diamantina com a nova realidade do Ensino Superior Brasileiro, que luta para se renovar, abrir as portas para as classes que historicamente não acessavam esse nível de ensino, e manter esses novos estudantes até o final de seus cursos. O que era
esperado por muitos dos estudantes, as filas de caronas praticamente
triplicaram de tamanho e surgiram novos pontos alternativos de caronas, sendo
criada uma disputa na Universidade para conseguir voltar para a cidade sem
utilizar o transporte público, pois para muitos, é inviável economicamente
gastar em torno de 8 reais (4 lotações) em um único dia apenas para se
locomover para estar no Campus JK. Nesse sentido, nota-se também uma falta de colaboração entre os estudantes. Ao invés de coordenarem caronas coletivas (as redes sociais estão aí para isso), preferem a lei do mais esperto, e não percebem que a atitude de tentar "roubar" caronas criando novos pontos prejudica ainda mais a coletivadade dos estudantes. Ocorreu, no último final de semana, o 2º Encontro dos Estudantes em Movimento, onde os alunos da UFVJM se reuniram discutir várias questões estudantis e uma integralização dos estudantes de toda a Universidade. Acreditamos que, não somente pela causa da diminuição do valor da passagem do transporte público não deva ser a única reivindicação a movimentar os estudantes. André Lamego Gabriel Rodolpho Lima de Freitas |
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